quarta-feira

sou apaixonada por comentários de youtube

Takes me back to a time when I had no worries, no real cares. Sitting in the back seat of my parents car, driven by my high school age sisters, taking me out to get a frosty mug of root beer served by car hops. This was playing on the AM radio, and my sisters singing to this song. Best of times.

domingo

googling how to take up space at 01:08

Across from me at the kitchen table, my mother smiles over red wine that she drinks out of a measuring glass. She says she doesn't deprive herself, but I've learned to find nuance in every movement of her fork. In every crinkle in her brow as she offers me the uneaten pieces on her plate. I've realized she only eats dinner when I suggest it. I wonder what she does when I'm not there to do so. Maybe this is why my house feels bigger each time I return; it's proportional. As she shrinks the space around her seems increasingly vast. She wanes while my father waxes. His stomach has grown round with wine, late nights, oysters, poetry. A new girlfriend who was overweight as a teenager, but my dad reports that now she's "crazy about fruit." It was the same with his parents; as my grandmother became frail and angular her husband swelled to red round cheeks, round stomach, and I wonder if my lineage is one of women shrinking, making space for the entrance of men into their lives, not knowing how to fill it back up once they leave. I have been taught accommodation. My brother never thinks before he speaks. I have been taught to filter. "How can anyone have a relationship to food?" he asks, laughing, as I eat the black bean soup I chose for its lack of carbs. I want to say: we come from difference, Jonas, you have been taught to grow out, I have been taught to grow in. You learned from our father how to emit, how to produce, to roll each thought off your tongue with confidence, you used to lose your voice every other week from shouting so much. I learned to absorb. I took lessons from our mother in creating space around myself. I learned to read the knots in her forehead while the guys went out for oysters, and I never meant to replicate her, but spend enough time sitting across from someone and you pick up their habits- that's why women in my family have been shrinking for decades. We all learned it from each other, the way each generation taught the next how to knit, weaving silence in between the threads which I can still feel as I walk through this ever-growing house, skin itching, picking up all the habits my mother has unwittingly dropped like bits of crumpled paper from her pocket on her countless trips from bedroom to kitchen to bedroom again. Nights I hear her creep down to eat plain yogurt in the dark, a fugitive stealing calories to which she does not feel entitled. Deciding how many bites is too many. How much space she deserves to occupy. Watching the struggle I either mimic or hate her, And I don't want to do either anymore, but the burden of this house has followed me across the country. I asked five questions in genetics class today and all of them started with the word "sorry." I don't know the requirements for the sociology major because I spent the entire meeting deciding whether or not I could have another piece of pizza, a circular obsession I never wanted, but inheritance is accidental, still staring at me with wine-soaked lips from across the kitchen table.


pizza às 14h51 não sei o que sinto talvez já saiba o que sou
mas não o que sinto
a sofia tem uma voz bonita calma podia ser cantora
não me sai da cabeça
talvez um sonho seja isso algo que nem se dê por isso porque não sabemos que estamos a sonhar


 

Mary Oliver, "Blue Iris." Devotions

quinta-feira

it seems that destiny has taken a hand

 

(Casablanca, 1942)

a

querer ser grata e deixar ir. querer guardar cada bocadinho, cada mão descansando no joelho em cada viagem de carro (gosto tanto de ser conduzida). querer guardar cada música que tu escutas no banho. querer guardar cada  gesto que deixa perceber que és cheio de amor para dar também, debaixo de todo esse desapego. querer entender porque tudo tem de ser tão complicado (quase) sempre, mesmo quando as coisas são tão simples e leves. especialmente quando as coisas são tão simples e leves. querer agradecer e deixar ir. sou grata. deixo ir.

talvez noutro tempo.

sexta-feira

sou livre

não . pelo contrário, é poder dar e dar-me e viver com o coração na manga. conhecer ciclos, sombras

aqui sentada a ouvir covers de músicas de natal. já se sabe que outono e chuva é sinónimo de chá quentinho e dodie.


não ver os dias como algo que começa todas as manhãs uma e outra vez, olhar para o tempo e o caminho como algo holístico, mais completo, uma jornada em que o que sobressai não é uma rotina de vira o disco e toca o mesmo, mas um fluxo fluído que sobe, desce, vai à esquerda e à direita, se expande e diminui, sem ter em conta a regra do dia igual. A Ieva uma vez disse-me que a noção dela de inferno era a repetição, ficar presa numa tarefa em que acontece o mesmo uma e outra vez, initerruptamente, para o infinito. Acho que concordo com ela.

ter em conta os ciclos, as mudanças constantes - o que significa diferença mas estabilidade ao mesmo tempo, em toda a ironia cósmica a que estamos habituados desde que gritamos o nosso primeiro grito, ainda entre este mundo e o que veio antes.

rituais, estabilidade, ser como a água.

terça-feira

sexta-feira

not ready to let go of summer just yet


talvez seja a sexta-feira talvez sejam as noites de vinte e oito graus.

quinta-feira

Fevereiro

A esta hora na Terra é metade Carnaval, metade conspiração, 
metade medo, metade fé, 
metade folia, metade desespero, 
E provavelmente, a esta hora, 
uma metade do mundo está dançando, e a outra metade dormindo. 
(...) 
Eu acredito que agora exista alguém profundamente acordado.
(...) 
Quanto ao um para um entre nós dois, isso logo se vê. 
Não sei nada sobre a paixão, 
suspeito que você também não.

(dizer verão vezes demais)

o fim de um verão, do verão. a luz mudou, diz a minha mãe. sim, sei do que ela fala. o sol mais duro, o azul do céu mais azul, de certa forma. setembro e uma lua cheia em peixes. um confronto comigo e com o não saber muito bem sentir, se ainda sinto (claro, que pergunta tola. o que sinto então?). querer conectar-me mais com as mulheres da minha vida e do meu redor, perceber as energias delas e ver que são tão as minhas como as delas e que é tão bom sermos juntas. não estar tão desesperada por ter um amor daqueles a valer, por me querer sentir menos só, por ignorar o vazio que foi deixado por quem se foi antes do tempo. parar. respirar. deixar-me de performances. are you romantic just for the sake of being romantic or because you really feel that way about me. lamber as feridas e fazer os lutos e zangar-me quando for preciso - sim, porque não sei há quanto tempo não me zango e viver de "não faz mal"es não é bem viver. e agora não sei como acabar este escrito. é, o verão. e a gratidão. 

empathy, hard work and a willingness to change. olá ao fim do verão.

quarta-feira

sexta-feira

 la vida sencilla. la que me da. la que va acorde con los días.

aquele estar a olhar para o nada quando estamos a falar e organizar pensamentos ao mesmo tempo é uma das minhas coisas favoritas de observar numa pessoa. como se ela procurasse os pensamentos que nem andorinhas no ar do fim do verão.

terça-feira

admirável mundo novo

La utopía está en el horizonte. Camino dos pasos, ella se aleja dos pasos y el horizonte se corre diez pasos más allá. ¿Entonces para qué sirve la utopía? Para eso, sirve para caminar.
 Fernando Birri

domingo

~

coleciono livros, lenços e amores falhados
(o que tenho mais é daqueles que nunca chegaram a ser).

quarta-feira

que bom que é ainda se poder dedicar canções na rádio

domingo

mão na mão

hoje o meu corpo é meu. a minha cabeça é minha. hoje estou aqui.

sexta-feira

não sou nada boa a esperar

mal posso esperar para sair dançar e dar o meu número num papelinho a um menino bonito
mal posso esperar para sair abraçar as minhas amigas e beber vinho tinto com o sol na cara
mal posso esperar para sair enterrar os calcanhares na areia e queimar a sola dos pés

quinta-feira

10049


13 e 14 depois de uma madrugada em que ficámos comendo batatas fritas e bebendo cola para ver o nascer do sol. uma madrugada depois da primeira noite em que saímos todas juntas. quero voltar a Lisboa. Ia dizer Portugal mas fugiu-me a boca para a verdade. Se bem que também sinto falta das tendas nos pinhais, dos dias parados da minha vila, das corridas na cedofeita, dos pequenos super espalhados pela costa, cada um diferente-igual e sempre as latas de feijão e milho e cebola. o Verão. nunca fui com a cara dele e nunca tanto me deu ganas como agora. a minha câmara me espera. com o tempo a diminuir os já-não-vale-a-pena aumentam. já não vale a pena mandá-la pelo correio, já não vale a pena arranjar uma bicicleta, 
só já as pessoas valem a pena.

quarta-feira

let July be July

achar que tudo na vida tem um modo progamado de se fazer é um dos meus maiores bloqueios. 

as regras, 
a toda a hora, 
em todo o lado. 


e é por isso que as minhas plantas morrem e o meu pão não cresce. porque ter de perguntar à minha amiga que fez uns bagels deliciosos "como mediste a temperatura da água?" ou ter de pesquisar incansavelmente "como fazer crescer um abacate de uma semente", enquanto questiono o que estou a fazer de errado em vez de pensar que secalhar o abacate não cresce porque não é daqueles abacates que lhes apetece crescer, é só isso mesmo  a minha obsessão com a maneira acertada, com o segredo do sucesso que toda a gente parece que sabe menos eu. talvez seja o meu ascendente em capricórnio. ou talvez seja só medo. a minha mãe diz que não posso espreitar a massa a cozer para não a agoirar, mas eu não resisto e ela não cresce. e quanto menos ela cresce mais eu espreito e penso no que podia fazer diferente.

porque não sei só tirar a água já quente da torneira ou
só deixar a vida andar ou
só deixar a massa crescer sem dar uma vista de olhos ou
só deixar as coisas acontecer ao ritmo delas.

é por isso que as minhas plantas morrem. e o meu pão não cresce.

domingo

e já não é de agora

preciso de respirar

inspirar
expirar
inspirar

cantar
ser
correr 
acreditar
confiar
mergulhar


comer
dançar
brincar
rir
me apaixonar
aceitar 
estar

inspirar
expirar
inspirar

preciso de respirar


sexta-feira

juin




~
nuvens
brancas ou rosas
semicerro os olhos, os deixo bem pequenininhos
mas o sol é mais forte e não me deixa ver 
o que é real, 
o que é de fato.

os meus olhos gostam de rosa e eu não vou discutir com eles.
será que ainda sei ser do verão?

meu deus, mal posso esperar para descobrir

domingo

lutas #1

a scrollar no instagram //
- toda a gente a fazer pão e eu não consigo
- olha, eu também não consigo fazer assim para cima na guitarra

cada uma com a sua luta.

quinta-feira

dia ? de ? (horas depois)


e eis que surge esta menina.

o telemóvel faz aquele plim, ilumina-se e dá notícias. uma notificação "alice phoebe lou iniciou um live". e de repente me vejo no carro à beira da costa, vejo o verão e o fim do dia que vem arrepiar a pele depois das horas intermináveis de sal e de sol. vejo a tenda e os pinheiros à nossa volta e tudo fica mais leve. 

a música é o que salva a minha vida.

dia ? de ?

ok, cheguei ao meu limite. a cabeça pesada, o enjoo na garganta, o estômago a doer, vontade de chorar e vontade de nada, tudo ao mesmo tempo. provavelmente também será porque ontem só dormi às 4h da manhã. mas mesmo isso tem a ver com o meu limite, pois a ansiedade vem quando o passamos, e com a ansiedade vem a insónia. e com tudo isto aprendo que nem 8 nem 80. não queria vir para aqui ser negativa mas a verdade é que olha, acontece. secalhar vou só ali dormir uma sesta. até já.

quarta-feira

i wish i had someone to hold during this quarantine, someone to boil tea for, someone to scratch my back.
02:37. as flores em Pärnu e o Verão. aguardo tempos mais quentes para poder despir a camisola sem me encolher, sem sentir que o meu corpo não é meu. um tempo para me reivindicar, ocupar mais espaço, ser mais eu. um tempo lânguido.

dia "nem-sei-já-quantos" de "nem-sabemos-quantos"

penso que começo a ver aos pouquinhos o meu limite a dar de si; secalhar também tenho em mim mais bicho de rua do que pensava. ou então tenho só bicho de não gostar de todos os dias iguais sempre. hoje postei algo no facebook em que pede aos amigos para partilharem a memória mais querida que têm connosco. tinha medo que ninguém respondesse e pensei apagar 5 minutos depois de publicar mas as memórias começaram a vir. e agora não sei se é tpm se é gratidão mas estou quase a chorar a pensar que porra, a vida tem sido bonita mesmo. tem sido boa comigo e eu só sei dizer obrigada.

domingo

Emma (2020) ou o meu amor por dramas de época

eu nesta quarentena ⤴ 

Sério, olhem para estes frames lindos. Se isto não vos convencer a ver, deixo aqui a afirmação de que este é o filme mais engraçado e amoroso que vi nos últimos tempos. E!!! o ator principal - que faz algumas músicas para a soundtrack - tem uma voz de anjo e uma música com a Laura Marling. Procurem por Johnny Flynn no youtube. I rest my case.

Will I ever be able to watch a period drama and not end up slightly obsessed? no, the answer is no 

sábado

il dolce far niente

/saudade da minha casinha em Lisboa

só passando aqui para dizer que não temos de ser a melhor versão de nós mesmes nestes dias. façam o que sentem, o que não sentem deixem pra lá - se a vibe é mesmo ficar na cama de pés para o ar e a pensar em nada e tudo ao mesmo tempo, isso é bom o suficiente. se te faz bem, faz bem em fazer (ou não fazer). deixem a pressão de fazer para lá, fluam com o tempo, sintam o que têm a sentir - feliz e triste - e é isso <3

sexta-feira

quarentena pt. 14

and the flowers come
like the emotions
the thoughts
the tension
tears

and it never felt so good to be locked inside
and at the same time
so far out from myself
flores no jardim
flores no meu jardim

domingo

casa casinha

gente, eu sou definitivamente uma pessoa caseira, e noto isso ainda mais agora que os meus amigos estão a bater mal por estar em casa há dois dias enquanto eu estou aqui tranquila - e até a gostar. é que há tanta coisa gostosa para fazer dentro de casa que eu nem sei bem como ainda não me tornei eremita. talvez só pelo sol e pela relva isso ainda não tenha acontecido. bem, não esqueçam, abracem os pets e falem com pessoas  💛

coisas para fazer em casa nestes dias

∴ yoga (até há aulas em direto online para quem se sente mais sozinho)
∴ pilates, vão haver aulas de grupo por skype aqui 
∴ meditar, o headspace ajuda
∴ estudar uma língua estrangeira
∴ jogar sims :))))) (inveja de pessoas que ainda conseguem instalar o Sims 2)
∴ ver concertos live na net
∴ ver vídeos e diretos dos vossos youtubers favoritos
∴ dar uma avançada na lista de filmes para ver
∴ (e na de livros para ler)
∴ jogar pictionary online com os migos aqui - https://skribbl.io/ (descobri que as minhas amigas não sabem desenhar para salvar a vida delas eheh)
∴ escrever. o que sentem, histórias, o que sonham. escrever muito. escrever tudo.
∴ vir mais à blogosfera :p
∴ fazer brownies
∴ respirar
∴ dançar
∴ cuidar das plantinhas
∴ ouvir uma ópera em direto e grátis! a Metropolitan Opera vai fazer live streams aqui


/Arroios e Londres/

quarta-feira

alguém canta ou ouve Ópera lá fora. ontem a Alex contou-me a história de uma senhora que rouba pézinhos de flores em casas de artistas para plantar em casa. um girassól de van gogh, monet

terça-feira






27º

gostava de saber para onde foi que fugiram os meus sonhos
quem eram 
de que cores pintavam
o que gritavam
se rugiam
gostava de saber para onde foi que

domingo

8 de março

e esta música que não me sai da cabeça
 

aos 5 de março

descobri que tenho tendência a ser um extremófilo involuntário

quinta-feira


- I have never, never been able to figure it all out. What it’s all about, what it all means. So when I began now to put all these rolls of film together, to string them together, the first idea was to keep them chronological. But then I gave up and I just began splicing them together by chance, the way I found them on the shelf. Because I really don’t know where any piece of my life really belongs. Let it be, let it go, just by pure chance, disorder. There is some kind of order in it, order of its own, which I do not really understand, same as I never understood life around me, the real life, as they say, or the real people, I never understood them.

I still do not understand them/
and I do not really want to understand them. -

Jonas Mekas

sexta-feira

there is not one ideal self that I must strive for. there are several different selves that exist right now and that I get to explore and live under the same roof with.

a vida é mais bonita com você pr'acompanhar

quinta-feira

10/fev - 16/fev


  1. alguém me salve desta semana