quinta-feira

it seems that destiny has taken a hand

 

(Casablanca, 1942)

a

querer ser grata e deixar ir. querer guardar cada bocadinho, cada mão descansando no joelho em cada viagem de carro (gosto tanto de ser conduzida). querer guardar cada música que tu escutas no banho. querer guardar cada  gesto que deixa perceber que és cheio de amor para dar também, debaixo de todo esse desapego. querer entender porque tudo tem de ser tão complicado (quase) sempre, mesmo quando as coisas são tão simples e leves. especialmente quando as coisas são tão simples e leves. querer agradecer e deixar ir. sou grata. deixo ir.

talvez noutro tempo.

sexta-feira

sou livre

não . pelo contrário, é poder dar e dar-me e viver com o coração na manga. conhecer ciclos, sombras

aqui sentada a ouvir covers de músicas de natal. já se sabe que outono e chuva é sinónimo de chá quentinho e dodie.


não ver os dias como algo que começa todas as manhãs uma e outra vez, olhar para o tempo e o caminho como algo holístico, mais completo, uma jornada em que o que sobressai não é uma rotina de vira o disco e toca o mesmo, mas um fluxo fluído que sobe, desce, vai à esquerda e à direita, se expande e diminui, sem ter em conta a regra do dia igual. A Ieva uma vez disse-me que a noção dela de inferno era a repetição, ficar presa numa tarefa em que acontece o mesmo uma e outra vez, initerruptamente, para o infinito. Acho que concordo com ela.

ter em conta os ciclos, as mudanças constantes - o que significa diferença mas estabilidade ao mesmo tempo, em toda a ironia cósmica a que estamos habituados desde que gritamos o nosso primeiro grito, ainda entre este mundo e o que veio antes.

rituais, estabilidade, ser como a água.