terça-feira

diz-me lá rapaz como fazes

a linha verde. diz ele que, como povo, vivemos na nostalgia. na saudade. porque que é que os estrangeiros cismam tanto nesta palavra vá-se lá saber, eu nem lhe acho assim tanta piada. a linha verde. estou aqui, arroios, e já estou lá à frente no tempo em que vou ter saudade (merda, juro que não escrevi esta palavra por querer) de estar aqui. se calhar até tem razão, mas sabe tão bem. o severo enche o ar, a televisão também porque assim me sinto um bocadinho menos sozinha. sou sempre tão sozinha e sei que pode soar triste e depressivo, mas na verdade não tenho paciência para ser menos do que isso. nos últimos dias tenho andado aqui sem cá andar. nevoeiro nevoeiro nevoeiro e lá vou pescando palavras para tentar fazer algum sentido no meio desta névoa. 

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mesa de camilha. adormecer com as pernas debaixo dela. o veludo verde da saia por cima. as cabras nas pernas. a avó, o avô,  a avó. o cheiro de gato a queimar o pêlo. as torradas feitas nas brasas.


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