a ideia de que tudo na existência se move em direção à complexidade está entre as coisas que me assombram. do mesmo modo que abres uma porta e mesmo que a feches nada muda o facto de que a abriste e estás agora ciente do que existe para lá dela. que só nos movemos para a frente e para o mais complicado. às vezes gostava muito de voltar a 2009, ter dezasseis anos e estar na minha secretária (que eu odiava por ser alta demais e volumosa demais) a ver o concerto dos Florence + The Machine em Glastonbury e a fazer scroll no tumblr. quando tudo parecia ser mais leve e feito de forma tão pouco calculista, apenas feito porque nos dava gozo ou nos fazia felizes. quando andávamos aqui para falar uns com os outros. longe de IG stories, de jogos emocionais, de ter de calcular distâncias antes de dar um passo, longe de polaridades, longe de dormências, de FOMOs, longe de caras e dedos pregados na telinha de seis polegadas. “num sistema termicamente isolado, a medida da entropia deve sempre aumentar com o tempo, até atingir o seu valor máximo.” às vezes penso que é para aí que caminhamos, para o caos total.
(ok, tempo de meter travão nisto e ir ver um filme do studio ghibli e fingir que não se passa nada)